terça-feira, 13 de março de 2012

Tem dessas coisas...

A vida... tem dessas coisas...
essas de desencontros,
essas de se controlar pra não machucar
essas de machucar mesmo se controlando
essas de se sentir perdido como um cego em tiroteio.

A vida... tem dessas coisas...
essas que a gente não entende,
essas que a gente não aceita,
essas que a gente finge aceitar calado pra não piorar ainda mais.

A vida... tem dessas coisas
essas que vêm,
essas que vão,
essas que a gente tem de ter fé de que não foram em vão.

A vida... tem dessas coisas
essas que a gente tem de passar,
essas que passam pra gente,
essas que a gente guarda num nó na garganta pra que ninguém mais receba.

A vida... tem dessas coisas
do doce, do amargo,
da luz, da falta dela,
dessas que só no contraste a gente entende o equilíbrio do mundo.

Ainda bem que não somos iguais.

domingo, 8 de agosto de 2010

"A CASA VERDE"

Perdoe-me caro leitor, pelos erros que hei de cometer nesta quase confissão e pelas idéias que poderão parecer um tanto confusas, mas delas me usarei para demonstrar minha felicidade e, por outro lado, indignação.
Acabo de chegar em casa, vinda de uma GRATA experiência!
Escolhi este para ser um final de semana de uma maratona teatral.
Bem sabem aqueles que me conhecem pessoalmente de minha paixão por esta e outras artes, mas poucos compartilham de minha loucura.
Hoje fui ao Teatro Escola Célia Helena, presenciar e me deliciar com a apresentação de formatura da turma do 6ºA. (aos que não sabem, restam poucas turmas a se formarem pela escola em um curso de 3 anos, ou 6 termos, como chamamos por lá; as atuais turmas provavelmente não terão tantas experiências como esta que acaba de se apresentar COM LOUVOR!).
Em verdade, fui vê-los pelo fato de terem sido dirigidos pelo Chico Carvalho - a quem agradeço pelas diversas aulas "malucas" das quais saía com a cabeça fervendo, às vezes sem respostas e, por isso mesmo, cada vez mais instigantes! Acredito que a "ciência", seja ela qual for, presta-se ao questionamento e não somente à solução dos problemas levantados.
O texto de Chico, brilhantemente, trouxe à tona a obra literária de Machado de Assis - que pouco sucesso obteve ao escrever para o teatro, mas que, sem dúvida, plenamente nos presenteou com seus romances e novelas. À luz de "O Alienista", apresentaram referências às radio-novelas e a outros autores que fazem a História do Teatro, com direito a Sófocles e Tenessee Williams. Criativos na música e nas partituras corporais, carinhas bonitas, mas nem por isso menos TALENTOSAS!
Hoje vi uma turma representar de maneira espetacular! Todos ali, presentes, firmes e gigantescos, perante uma FELIZ PEQUENA PLATÉIA.
Eis aqui a indignação de que falei no início: platéias imensas para assistir às grandes produções musicais internacionais ou globais, pela bagatela de ingressos a R$70, R$80, R$ 90, R$200!!! Não as critico por serem grandiosas, mas me canso de ouvir que "Ir ao teatro custa caro!". Venho informar-lhe, meu caro leitor, que nas pequenas ou "menores produções", há um trabalho intenso de preparação de atores para que este momento único de cada apresentação faça-se da maneira mais intensa possível.
Em contrapartida, ali, DE GRAÇA, apresentaram-se 12 ATORES PLENOS, num cenário simples, utilizando-se da metalinguagem de maneira absolutamente en-can-ta-do-ra!
Um presente para a alma... saí dali, mais uma vez, com milhares de perguntas e ainda mais fascinada por esta arte de espelhar o humano! Não poderia deixar de rasgar elogios à turma e ao Chico que, dentre aulas de Historia do Teatro Brasileiro, dissertação de Mestrado, doou-se a escrever o texto.
EU RECOMENDO:

A CASA VERDE
Direção e Dramaturgia: Chico Carvalho
Grupo Matraca

Teatro Escola Célia Helena, Rua Barão de Iguape, 113.
De quinta (20:30) a Domingo (18:00)
Ingressos Gratuitos na Bilheteria do Teatro, com 1 hora de antecedência.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Espelhos do EU

Engraçadas essas coisas da "modernidade"!!!

Hoje, pela manhã, tive uma conversa com uma grande amiga, com a qual tenho uma relação que até chamo de "relação homossexual segura".

Ela me chama de Ivete e eu a chamo de Madonna, às vezes eu sou sua bruxinha, e ela minha fada... hoje ela me chamou de DIV(in)A, um doce!

É dessas pessoas que a gente cria uma certeza: almas gêmeas existem, sim!

Pois bem, em nosso "papo virtual", discutimos sobre relacionamentos. Sim, relacionamentos!

Coloquei em consideração - e, praticamente, fiz uma monografia de conclusão de curso de pós-graduação, pois escrevi à beça - sobre um pensamento que tem pairado em minha cabeça como "grande certeza"... mas a melhor das certezas!!!

A de que ESTAMOS SEMPRE EM QUESTIONAMENTO.

Viemos a este mundo com diversos propósitos, creio eu. Aprendemos a [con]viver às duras penas, mas, quando paro para refletir sobre os relacionamentos que tivemos, vejo que somos todos ESPELHOS.

Costumo dizer que "nada é por acaso" e tenho comigo que: cada pessoa que passa na nossa vida - seja num relacionamento amoroso, de parentesco, de amizade ou mesmo nossos "relacionares" de rua [refiro-me a todas as pessoas que cruzamos "por acaso" nos lugares aonde vamos] -, têm a maravilhosa função de nos espelhar.

A idéia de "recebermos e doarmos ao universo aquilo que recebemos ou doamos a [d]ele", sabem?

Ninguém é 100% bom ou 100% ruim, somente somos... quando nos apaixonamos por alguém, é a gente se apaixonando pelo EU, fazendo aflorar as melhores e as piores coisas que temos dentro de nós mesmos, para que elas sejam enfrentadas e amadurecidas [reintero que as paixões a que me refiro podem ser amorosas, de parentesco, amizade e também dos "relacionares"].

Vou usar aqui o exemplo de um relacionamento recente que tive:

Eu, em todo nosso começo, estava muito tranquila, pois não era o relacionamento que era morno, mas sim as sensações que eu tinha ao estar ao lado dele eram tão gostosas, tranquilas, que isso se refletia em tudo.

Depois, fui vendo que algumas coisas "dele" - a exemplo do teeeempo que ele levava para efetivar as coisas -, eram justamente coisas minhas, que eu mesma demorava para resolver e não percebia.

Isso começou a me deixar inquieta, incomodada etc etc etc... aí, minha reação seguinte foi: agressividade e rejeição deste sentimento de lerdeza.

Pois bem, comecei a ser ríspida com ele, meio que por punição a mim mesma, por eu não estar conseguindo resolver algumas coisas como, por exemplo, sair do meu emprego... eu mesma demorava muito para "AS TOMADAS DE DECISÃO".

Mas vejam: assim que saí do emprego, de certa forma, ele passou a "não ter taaanta importância assim"... Resolvi o assunto que eu tinha de aprender com ele...

E então, estar perto dele passou a não ser mais tão necessário e nem tão gostoso como era antes, pois o aprendizado aconteceu e o que era gostoso mostrou-se apenas uma idealização de mim mesma ou, ainda, algo que nós somente podíamos nos dar naquele momento: o momento anterior ao aprendizado das lições.

É um misto de tristeza com alegria. Eu aprendi, com muita dificuldade, confesso, a me despedir do que já não me "serve" mais... valores nossos X valores de outrem... a DEIXAR MORRER.

Logo vi como foi bom, sim, me relacionar - para  entender alguma coisa de brilhante, dentro de mim, da qual não me dava conta -; a imagem fez-se visível naquele espelho.

No momento em que isso já está aflorado DENTRO DA GENTE, não precisamos mais do outro para vivenciar nossas "pequenas verdades escondidas".

DOR??? Sim, [...] dói muito entrar em contato com nossas faces mais obscuras e com o desfazer-se de algo que, ilusoriamente, "possuíamos". No entanto, a dor traz entendimento; ELA É BOA... e, como respondeu minha amiga: "é do atrito que se faz o fogo e, consequentemente, a luz".

E dói mesmo... para alguns [como eu] a dor torna-se física, para outros, fica a sensação de moleza, de tristeza profunda, de amargo na boca...

Isso tudo me fez lembrar uma carta muito bacana do tarot: A RODA DA FORTUNA. Seu próprio desenho já nos informa, precisamente, a ciclicidade da vida, O OPOSTO... nos traz à consciência que: o que hoje está abaixo, amanhã pode estar no topo.

Nossos entendimentos estão, intimamente, ligados às contradições. O sim não existe sem o não, o som não existe sem o silêncio, a luz não existe sem a escuridão... e eu poderia descrever mais inúmeros antônimos dos quais necessitamos para valorizar cada uma das coisas que TEMOS e que NÃO TEMOS

Despedi-me, pois, daquele momento, em tom de gratidão pelo que NÃO TINHA e agora TENHO... mais consciência de que [ME] AMO, MAIS QUE ONTEM, MUITO MENOS QUE AMANHÃ...[veja o outro post: http://http://vcesare.blogspot.com/2009/09/amarei.html] amo também os Felipes, os Marcelos, os Darios, os Ricardos, os Gustavos, os Simons, os Brunos, os Franciscos, os Lucianos, os Daniéis, os Marcos, os Annises, os Gerardos, os Gutembergs, os Estebans e todos os que ajudaram a construir o SITE EM CONSTRUÇÃO que sou e a me amar como sou, deixando cada novo dia, simplesmente, ser.


Permita-se que o que há de DIV(in)O em você floresça! 

domingo, 11 de outubro de 2009

Noite Feliz!



Há tempos em que a felicidade é tão completa que o mais breve clique consegue marcar uma verdade.
Datas em que se está pleno, em que se está por inteiro... coadjuvante da vida, parte de um todo.
Saudades desta noite e esperançosa pelas outras tão belas que hão de vir!
Sorrisos gostosos que hão de ser dados ao voar de cada momento novo, de cada suspiro de deleite!
Noites de tangos bailados a dois, de piruetas de corpos felizes e unidos... divinamente abençoados.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

MomentUm

Corro,
mesmo sem ter para onde ir.

Ando de pressa,
como se o tempo corresse mais rápido
do que, de fato, procede.

Penso, penso, penso...
No mundo da agilidade,
da prontidão,
da resposta rápida.

Mecanicamente,
a roda dentada,
atrelada à máquina
[ainda não sei o que faz].

Um intenso mover de roldanas
perfeitamente sincronizadas,
lubrificadas e barulhentas.

Não há para onde fugir,
o Mundo absorve,
faz mover no passo das
[outras] engrenagens.

Bloqueio.
Não crio.
Escurece...

De dentro um desejo
o suposto surto revela

Não permito mais!

Aperto O botão,
a peça se solta, pula
para o mundo negro
da noite dolorosa.

[Luto] contra as forças
d’uma gigantesca
“massa das pílulas da alegria”.

Enfrento.
Não ouso mais resistir
às sensações
[mesmo às ruins].

Desato os nós e faço [o] fluir

Entrego ao vento,
Permito o suave
Ponho em movimento
A [verdadeira] ciência.

Deixo a Terra
fazer brotar as sementes
em seu passo real,
sem aditivos ou agrotóxicos.

Espero maturar.
Planta mais forte,
sobrevivente,
sábia.

Saboreio o sumo.

Doce preparado
ao mesmo fogo
antes sem combustível.

Hoje pronto para
seguir seu rodopio
no pavio da vela
a iluminar o novo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Já não tocas mais

Sua música passou, parou de tocar em mim...
Ofereço-te minha conduta na beleza nórdica misturada à nossa Bossa:

If you wanna be my friend
You want us to get along
Please do not expect me to
Wrap it up and keep it there
The observation I am doing could
Easily be understood
As cynical demeanour
But one of us misread...
And what do you know
It happened again

A friend is not a means
You utilize to get somewhere
Somehow I didn't notice
friendship is an end
What do you know
It happened again

How come no-one told me
All throughout history
The loneliest people
Were the ones who always spoke the truth
The ones who made a difference
By withstanding the indifference
I guess it's up to me now
Should I take that risk or just smile?

What do you know
It happened again
What do you know

Por Kings Of Convenience

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Carmélia Alves - Sabiá lá na Gaiola

Sabiá lá na gaiola
fez um buraquinho
Voou, voou, voou, voou
E a menina que gostava
Tanto do bichinho
Chorou, chorou, chorou, chorou

Sabiá fugiu pro terreiro
Foi cantar no abacateiro
E a menina vive a chamar
Vem cá sabiá, vem cá

Sabiá lá na gaiola...

A menina diz soluçando
Sabiá, estou te esperando
Sabiá responde de lá
Não chores que eu vou voltar