sexta-feira, 9 de outubro de 2009

MomentUm

Corro,
mesmo sem ter para onde ir.

Ando de pressa,
como se o tempo corresse mais rápido
do que, de fato, procede.

Penso, penso, penso...
No mundo da agilidade,
da prontidão,
da resposta rápida.

Mecanicamente,
a roda dentada,
atrelada à máquina
[ainda não sei o que faz].

Um intenso mover de roldanas
perfeitamente sincronizadas,
lubrificadas e barulhentas.

Não há para onde fugir,
o Mundo absorve,
faz mover no passo das
[outras] engrenagens.

Bloqueio.
Não crio.
Escurece...

De dentro um desejo
o suposto surto revela

Não permito mais!

Aperto O botão,
a peça se solta, pula
para o mundo negro
da noite dolorosa.

[Luto] contra as forças
d’uma gigantesca
“massa das pílulas da alegria”.

Enfrento.
Não ouso mais resistir
às sensações
[mesmo às ruins].

Desato os nós e faço [o] fluir

Entrego ao vento,
Permito o suave
Ponho em movimento
A [verdadeira] ciência.

Deixo a Terra
fazer brotar as sementes
em seu passo real,
sem aditivos ou agrotóxicos.

Espero maturar.
Planta mais forte,
sobrevivente,
sábia.

Saboreio o sumo.

Doce preparado
ao mesmo fogo
antes sem combustível.

Hoje pronto para
seguir seu rodopio
no pavio da vela
a iluminar o novo.

Nenhum comentário: